PME vão ter mil milhões para seguros de risco
O Estado vai assumir 60% do risco nos créditos.
O Estado vai assumir 60% do risco nos créditos pedidos pelas pequenas e médias empresas que perderem rating, e criou um Fundo de Investimento Imobiliário de 100 milhões de euros para as empresas.
A decisão foi revelada ontem, ao fim da tarde, pelo ministro da Economia, Manuel Pinho, no Europarque em Santa Maria da Feira, e importa em mil milhões de euros. Junta-se a duas outras linhas de apoio na área de seguros de crédito, anteriormente instituídas, também dotadas com mil milhões de euros cada: uma para exportações na área da OCDE e outra para fora daquela zona, perfazendo um total de três mil milhões de euros.
A medida deve ser posta em prática na primeira quinzena de Março e foi justificada pelo ministro Manuel Pinho "por o seguro de crédito não estar a chegar em quantidade suficiente às empresas".
"É uma forma de ultrapassar este problema, não só em quantidade como a um preço acessível", disse Manuel Pinho, acrescentando que os restantes 40% serão assumidos pelas empresas.
"Espero que seja a solução definitiva para os problemas das empresas com os seguros de risco", adiantou, referindo que a medida surgiu com a colaboração das associações empresariais.
Para o presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, João Costa, que elogiou a decisão governamental, esta medida do seguro de risco aplica-se a todas as empresas que sentiram cortes nos plafonds de crédito de seguros, não só para o mercado externo como interno.
Manuel Pinho referiu-se também ao programa "PME Consolida", destinado a reforçar os capitais próprios das pequenas e médias empresas, no montante de 400 milhões de euros.
O programa "PME Consolida" dispõe de um fundo de fusões e aquisição de empresas estrangeiras por PME portuguesas, no valor de 175 milhões de euros, de um reforço do capital de risco (125 milhões de euros) e de um fundo de investimento imobiliário (100 milhões) para promover o acesso à liquidez por parte de PME economicamente viáveis, mas que estejam com problemas de natureza financeira, alienando parte dos seus activos imobiliários ao novo fundo, ficando como arrendatários e recebendo liquidez para a sua exploração e desenvolvimento de actividade.
Esta medida, para implementar a partir de Março, segundo o ministro Manuel Pinho, é semelhante aos fundos de investimento imobiliário para arrendamento habitacional já criados.